quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Renato Russo: há 15 anos a música brasileira perdia o poeta


Renato Russo: há 15 anos a música brasileira perdia o poeta

Durante a década de 1980, a cultura brasileira foi tomada de assalto por um fenômeno cultural na música jovem, também conhecido como pop rock. Brasília, a capital da nação, serviu de ponto de encontro e de partida para alguns dos grandes nomes da indústria do pop rock brasileiro.
Em meio àquela imensa quantidade de grupos e artistas surgidos nos anos 80, os roqueiros de Brasília, influenciados pelos ecos do movimento punk, tomaram a cena de assalto e colocaram a música feita no Planalto Central definitivamente na mente e no coração do restante do país. Dentre as várias bandas que surgiram, ou tiveram seu começo na capital do país, existiu uma que, categoricamente, pertence ao grupo das cinco mais adoradas no Brasil em todos os tempos:Legião Urbana. Porém, a banda provavelmente não teria existido sem a liderança de Renato Russo.
Aborto Elétrico: Renato Russo, Fê Lemos e Flávio Lemos
Renato Manfredini Júnior nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 27 de março de 1960. Se mudou para Brasília em 1973 e em 1978 começou a dar os primeiros passos de sua incursão no universo música por meio da banda Aborto Elétrico, que teve em sua formação os irmãos (que anos mais tarde formaram o Capital Inicial) Fê e Flávio Lemos. O ano era 1979 e o grupo seguia os ecos do movimento Punk, surgido na Inglaterra dois anos antes. Em razão de divergências internas e incompatibilidade musical, a banda encerrou suas atividades, oficialmente, em 1982.  Russo passa, então, a se apresentar sob a alcunha de  “O Trovador Solitário”, carreira esta que não foi adiante. Ainda naquele ano, surge a Legião Urbana.
Desde o início do projeto, Renato não apresentava tendências de que iria deixar de acreditar no próprio sucesso.  Sua personalidade geniosa e articulada nunca negou os indícios de logo cedo estava certo de seu desejo por trilhar carreira musical. O posicionamento visionário do artista pode ser confirmado por meio de um diálogo durante o momento que marcou a saída de um dos músicos que compunham a Legião Urbana. “Anota aí, Paraná. A gente vai seguir com a banda. Quando você conseguir comprar um carro velho com o dinheiro que ganha com esse jazz rock, a gente já vai ter vendido um milhão de cópias”, disse ele. As previsões estavam corretas. Pouco depois, a banda acertou sua formação e foi ao encontro de seu lugar entre os nomes mais populares e respeitados da música nacional.
Renato dialogava com a juventude por meio de músicas
A grandeza da banda confunde-se com o caráter icônico em torno da imagem de Renato Russo, fundador e líder do grupo. Russo exerceu o verdadeiro papel de porta-voz para com a juventude de toda uma geração. Em razão de uma habilidade incomum em lidar com temas juvenis, Renato Russo, através de sua obra, será eternamente um poeta, um guru e um mentor intelectual para a juventude brasileira que cultiva o apreço pelo pop rock feito no país. Através de poesia ácida, ele redigiu versos que chamam a atenção para o posicionamento do jovem diante de sua vivência. Um traço notável para que a Legião Urbana adquirisse a condição de sucesso está no estilo peculiar de construir as letras das canções. Renato, principal letrista do grupo, tinha por hábito escrever a partir das histórias que vivenciava ou de experiência de vida alheia. Seguindo essa lógica, é comum ao ouvinte ter a sensação de que conhece a situação narrada através do trabalho do artista.
Mesmo não assumindo um estereotipo de rock star, Renato viveu intensamente no epicentro do pentragrama que forma a equação básica para construir-se o rock and roll: talento, sucesso, sexo, drogas e confusões. Logo, é  natural perceber que as letras das canções escritas por ele, há mais de 20 anos, ainda soam atuais para os jovens de hoje e, provavelmente, irão se perpetuar pelas demais gerações que surgirão.
O poeta se foi, mas deixou um legado eterno
A Legião Urbana ficou na ativa por 14 anos, lançou um total de 13 discos e vendeu mais de 20 milhões de cópias. O trabalho solo de Renato rendeu quatro álbuns, sendo que dois deles foram lançados de maneira póstuma, pois, destino implacável ceifou a vida de Renato Russo em 11 de outubro de 1996. Naquele dia, complicações deccorentes da AIDS levaram a vida do roqueiro, que contava 36 anos de vida quando faleceu. Sua arte deixa como principal característica a escrita capaz de denunciar uma sociedade traiçoeira, competitiva e sem propostas para o futuro. Neste sentido, conclui-se que a obra do cantor e compositor, assim como de sua banda, a Legião Urbana, permanecerá como referência no cenário do rock nacional. Há exatos 15 anos após a sua morte, ainda é correto dizer que Renato não se enganou ao dizer que, “a verdadeira Legião Urbana são vocês”.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Biografia de Renato Russo


Renato Manfredini Júnior nasceu no Rio de Janeiro em 27 de março de 1960, filho do economista Renato Manfredini, funcionário do Banco do Brasil e de Dona Maria do Carmo, professora de inglês. Ele aprendeu inglês desde pequeno, quando morou, dos 7 aos 10 anos, em Nova York. Nova transferêcia do pai levou o menino, já com 13 anos, a Brasília que tanto marcou sua música. Renato teve uma infância e adolescência de classe média alta, típica do pessoal das bandas de Brasília. Entre os 15 e os 17 anos enfrentou várias operações e viveu entre a cama e a cadeira de rodas, combatendo uma doença óssea rara chamada epifisiólise.
Em 78, inspirado pelo Sex Pistols, Renato formou o Aborto Elétrico, que no vai e vem de integrantes, contou com participações de Fê e Flavio Lemos (depois do Capital Inicial), Ico Ouro Preto e André Pretorius. Em 82 abandonou o Aborto Elétrico e passou a fazer trabalhos solos. Neste período ficou conhecido como "O Trovador Solitário". Quando a lendária "cena de Brasília" já era uma força underground reconhecida, Renato Russo formou a Legião Urbana com Marcelo Bonfá, Eduardo Paraná e Paulo Paulista. Um ano depois, Paraná e Paulista deixavam a banda e entrava Dado Villa-Lobos.
Quando Renato Rocha se juntou a banda em 84, a Legião Urbana já havia se apresentado diversas vezes em Brasília, notadamente nos célebres shows no Circo Voador, no Rio de Janeiro e no Napalm, em São Paulo. O sucesso de seus shows levou rapidamente a um contrato com a EMI-Odeon. No primeiro dia do ano seguinte saiu o primeiro álbum, Legião Urbana, que emplacou os hits "Geração Coca-Cola", "Ainda é Cedo" e "Será".
Com seus refrões poderosos e letras que falavam de inseguranças emocionais e do niilismo da geração crescida durante o regime militar, a Legião Urbana bateu fundo nos anseios dos jovens brasileiros. A receita foi aperfeiçoada no álbum seguinte, Dois, melhor tocado, melhor gravado e mais elaborado. Sucessos como "Eduardo e Mônica" e "Quase Sem Querer" falavam uma língua que qualquer jovem urbano brasileiro dos anos 80 podia entender e se identificar.
Dois consolidou Renato Russo como um dos maiores popstars do país. Já na turnê desse segundo disco, começou a aparecer o Renato Russo estrela: seus shows incluíam discursos pregadores (o adjetivo "messiânico" aparecia em nove entre dez matérias sobre o grupo) e um alto consumo de drogas e álcool.
Em 1987 sai terceiro álbum, Que País É Este, gerando hits como "Faroeste Caboclo", e mais uma turnê nacional abarrotada. Em 89, sai As Quatro Estações que inaugura a fase mais madura da banda, tanto no som, menos pop, como nas letras, abordando assuntos como AIDS e homossexualismo. Em "Meninos e Meninas", Renato sugere bissexualidade. Logo depois, numa história entrevista à revista Bizz, Renato confirmava o fato.
V, lançado em 91, veio carregado de uma tristeza que refletia a instabilidade emocional-psicológica vivida por Renato. A turnê que se seguiu teve que ser interrompida devido ao seu precário estado de saúde.
O Descobrimento do Brasil, de 93, acabou sendo o último disco da banda (A Tempestade, é um disco solo de Renato com participações de Dado e Bonfá). A partir de Descobrimento, Renato deu vazão a seus projetos solo e lançou The Stonewall Celebration Concert e Equilíbrio Distante.
O primeiro, cantado em inglês, foi homenagem ao grande amor de sua vida que morreu de overdose. Renato faz então seu disco mais militante ao som o orgulho de ser gay, ao som de covers da Broadway e Madonna. Stonewall é o nome de um bar nova-iorquino onde, num célebre acontecimento em 69, gays se rebelaram contra a ação política. Equilíbrio Distante traz Renato interpretando canções de música italiana, uma das manias recentes do cantor.
Renato era HIV positivo desde 1990, mas nunca assumiu publicamente a doença. Desde a época de "Descobrimento do Brasil", Renato andava recluso e arredio e evitava a imprensa. As suspeitas se comprovaram em 11 de outubro de 1996 com sua morte por broncopneumopatia, septicemia e infecção urinária - consequências da AIDS -, pesando só 45 quilos.

Os 15 anos da morte de Renato Russo, o vocalista do Legião Urbana



domingo, 13 de novembro de 2011

Filho de Renato Russo está no camping do SWU 2011 e fala ao G1


Giuliano, 22, chegou na tarde desta sexta acompanhado de seis amigos.

Veja vídeo com entrevista exclusiva concedida durante o evento.


Giuliano Manfredini, de 22 anos, é produtor musical e diz que, por isso, é frequentador assíduo de eventos como o SWU. Filho único de Renato Russo, o líder da Legião Urbana morto em 1996, ele chegou a Paulínia acompanhado de seis amigos. A mais jovem da turma é Bruna Morale, de 18 anos. Está acompanhada do pai, Franco Morale, de 39 anos, o mais velho dentre eles.
Embora diga no vídeo ao lado que cresceu no backstage, Giuliano jamais assistiu a um show da banda do pai. Ao SWU, veio para ver, por exemplo, Faith No More e Sonic Youth. Passou a madrugada desta sexta na estrada. “Eu vim pra curtir meus amigos, minha namorada. E vim também pra aprender, sou jovem, tenho um longo caminho.”
Ele fala “aprender” porque, há alguns anos, trabalha profissionalmente como produtor de shows, festivais. Tem uma empresa que atua no ramo e gosta do que faz: prefere isso a atuar como músico, atividade que já exerceu. “Aquele estresse [da organização] é viciante. Mas eu não queria me envolver com o caráter mercantilista. Isso é por influência do meu pai, porque ele fazia a arte pela arte.”
Filho do Renato Russo e turma (Foto: Cauê Muraro /  G1)Parte da turma de Giuliano Manfredini, que veio de Brasília e Goiânia  (Foto: Cauê Muraro / G1)
Era a primeira vez, durante a conversa, que ele falava de Renato Russo. “Ele sabia separar o lado profissional – de business, de gravadora –, porque isso é profissão também. Mas ele sabia que a profissão dele não era convencional, porque fala do ser humano. E, quando você fala do ser humano, tem que ser natural.”
Giuliano conta que não há qualquer artista, na escalação SWU 2011, que faria seu pai se deslocar até Paulínia. “Mas ele teria ido ao SWU de 2010 [em Itu], para ver o Rage [Against the Machine]”.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Documentário traz depoimentos de Renato Russo


Rock BrasíliaAcervo Vladimir Carvalho
Documentário traz depoimentos de Renato Russo e outros músicos e familiares que foram importantes para o movimento


Rock Brasília - Era de Ouro - Com imagens de arquivo, filmadas por Vladimir Carvalho desde o final dos anos 1980, o documentário encerra uma trilogia sobre a construção cultural e ideológica da capital federal.

Traz as bandas de Brasília – Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude – que fizeram a trajetória clássica do herói: vencer empecilhos e ir atrás de um grande desafio que era a conquista de um lugar na cultura nacional.

Eles fazem parte da primeira geração de filhos de intelectuais, diplomatas e políticos que começou a surgir nos anos 1980.

Homenagem a Renato

"Os bons morrem cedo demais assim parece ser quando me lembro de você que acabou indo embora cedo demais, nunca falei como você falava mas sempre vi bem oque você dizia, mas se o mundo é mesmo parecido com oque vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito, e você queria voar, mas como chegar as nuvens com os pés no chão? oque sinto muitas vezes faz sentido e outras vezes não descubro o motivo, que me explica porque é que não consigo ver sentido no que sinto, oque procuro, oque desejo e oque faz parte do meu mundo, viajamos sete léguas entre abismos e florestas, não digo nada, espero o vendaval passar, por enquanto eu não sei oque você me falou me fez rir e pensar, porque estou tão peocupado por estar tão preocupado assim? Já pensei de tudo, do tudo do tudo e do tudo do nada, e quando vejo o mar existe algo que diz que a vida continua e se entregar é uma bobagem, já que você não está aqui, oque posso fazer é cuidar mas de mim, quero ser feliz ao menos. Já me acostumei com a tua voz e desde que você partiu sinto falta de mim mesmo, meu coração, é tão tosco e tão pobre, não sabe ainda os caminhos do mundo, e como você dizia:- ter esperança é hipocrisia e a felicidade é uma mentira e a mentiraé a nossa salvação. Eu continuo aqui com meus amigos, com meu trabalho e me lembro de você em dias assim, um dia de sol um dia de chuva e oque sinto não sei dizer, mas quando você se foi eu aprendi a perdoar e a pedir perdão, e quando o sol bate na janela do meu quarto e me lembro de todos os "fracos" pois é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, a humanidade é desumana mas ainda tenho chance, aliás o sol nasce pra todos só não sabe quem não quer, são as pequenas coisas que valem mais, eu quase morri a menos de 32 horas atrás, hoje eu fico na varanda, um dia imperfeito e a chuva caindo, mas oque pensar da vida e daqueles que sabemos que amamos? Lembro das tardes em que passamos juntos, não é sempre mais eu sei que você está bem agora só que este ano o verão acabou cedo demais, mas só por hoje eu não quero mas chorar, só por hoje eu espero conseguir aceitar oque passou e oque vir, Só por hoje vou me lembrar em ser feliz, só por hoje eu não vou me destruir, posso até ficar triste se eu quiser, mas só por hoje; isso ao menos eu aprendi, por Deus nunca me vi tão só, E NOSSA ESTÓRIA NÃO ESTARÁ PELO AVESSO ASSIM SEM FINAL FELIZ, TEREMOS COISAS BONITAS PRA CONTAR, EU NÃO QUERO ACREDITAR, VAMOS VIVER, TEMOS MUITO AINDA POR FAZER, NÃO OLHE PRA TRÁS APENAS COMEÇAMOS O MUNDO COMEÇA AGORA, EU NÃO SEI OQUE DIZER E OQUE SENTIR , AONDE ESTÁ VOCÊ ALÉM DE AQUI DENTRO DE MIM, EU SEI QUE FAÇO ISSO PRA ESQUECER EU DEIXO A ONDA ME ACERTAR E O VENTO VAI LEVANDO TUDO EMBORA, MAS TUDO PASSA TUDO PASSARÁ E QUEM SABE UM DIA EU ESCREVO UMA CANÇÃO P/ VOCÊ..."